Membro do júri que votou para absolver Gabigol acusa coletores de mentir e incriminar o atacante

Gabigol, atacante do Flamengo - Foto: Pedro H. Tesch/Getty Images
Gabigol, atacante do Flamengo - Foto: Pedro H. Tesch/Getty Images

Desde 25 de março, Gabigol não atua como jogador profissional. Isso porque, após decisão do Tribunal Antidoping Desportivo (TJD-AD), o jogador foi finalmente considerado culpado de tentativa de fraude em exame antidoping. Porém, dos nove jurados, quatro votaram pela absolvição do atleta. Entre eles estava a vice-presidente Selma Fátima, Melo Rocha, que expôs as “mentiras” e “tentativas de incriminar o Gabigol por qualquer meio” dos responsáveis ​​pela cobrança.

Foto: Marcelo Cortes / Flamengo - Gabigol pode ser liberado a qualquer momento para retornar aos gramados
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo – Gabigol

No relatório divulgado por Selma Fátima, para justificar o voto, o vice-presidente fez questão de contestar a conduta dos fiscais.

“Vislumbro um comportamento malicioso por parte dos DCOs para incriminar o Atleta a qualquer custo“, disse em trecho da justificativa. Além disso, Selma também defendeu que Gabriel só deveria ser condenado em caso de problemas gravíssimos a serem relatados, o que, segundo ela, não aconteceu.

“Caso a amostra fornecida pelo atleta não estivesse dentro das normas técnicas e de segurança, caberia aos DCOs negarem a amostra. No entanto, em audiência, um dos DCOs confirmou que a amostra estava dentro dos padrões. Assim, todos os protocolos foram cumpridos”, entendeu a auditora.

Enquanto se preparava o voto de retirada, o vice-presidente questionou o procedimento implementado pela ABCD (Associação Brasileira de Controle de Dopagem). Isso porque, na sua opinião, não há especialistas suficientes para fazer uma avaliação adequada de todos os atletas. Junto a isso, reportagens polêmicas dos censores reiteraram o argumento de Selma Fátima para votar em Gabigol:

“Ora afirmam que foram impedidos de escoltar o Atleta, ora negam este fato. Cada DCO imputa ao outro a responsabilidade de escoltar o Atleta ao quarto […] Fica evidente, portanto, que eles estão mentindo, devendo o depoimento deles ser totalmente descartado”, explicou Selma.

Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo - Defesa de Gabigol busca reverter a decisão
Fotos: Gilvan de Souza/Flamengo – Gabigol

Foi também a auditora Fernanda Farina Mansur quem apontou inconsistências no relatório do auditor, criando assim “dificuldades de esclarecimento” e “uma série de dúvidas”. Além disso, Fernanda chamou a atenção para o nome do funcionário que consta no formulário, porém, este funcionário disse que não esteve envolvido na cobrança.

Jean Batista Nicolau, outro auditor que votou pela demissão, opinou sobre o comportamento do atleta, que não seria bom no processo. No entanto, Jean disse que não há evidências de qualquer tentativa de fraude ou exploração do processo. Além disso, o auditor também relata inconsistências no seu relatório.

“As informações são desencontradas quanto à escolta do atleta, quanto ao procedimento de coleta da urina e lacre dos frascos com a amostra. Um oficial disse que por “muito tempo” o atleta ficou sem a devida vigilância. Já outro disse se tratar de apenas alguns poucos minutos”, justificou Jean em um dos trechos.

*Os trechos apresentados foram obtidos inicialmente pelo GE.

Gabigol tem contrato com o Flamengo até o fim de 2024 - Foto: Wagner Meier/Getty Images
Gabigol- Foto: Wagner Meier/Getty Images

A defesa de Gabigol, com apoio do Flamengo, recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) contra a suspensão. A ideia é que os atletas sejam dispensados ​​de competir antes do exame final, que ainda não tem data fixa. Mesmo assim, a resposta é esperada para o início de maio.