“Não deu certo”: ídolo do Flamengo, Hernane revela motivo que quase o fez parar em rival carioca

Foto: Reprodução/CRF

Hernane está na história do Flamengo. Herói e artilheiro da equipe na temporada 2013, o camisa 9 foi campeão da Copa do Brasil, ao lado de nomes como Paulinho, Elias, Leo Moura e André Santos. Ao todo, foram 36 gols marcados em 58 jogos que o tornou o artilheiro do futebol brasileiro daquele ano. Dez anos depois, em entrevista aos canais ESPN, o jogador revelou que tudo poderia ter sido diferente se não fosse um boato. Após ser vice-artilheiro do Paulistão pelo Mogi Mirim, o centroavante recebeu proposta de diversas equipes, incluindo a de um grande rival do Mengão, o Vasco da Gama.

Tive algumas sondagens, mas a que foi mais concreta foi a do Vasco, por incrível que pareça. Eles tinham consultado, mas não deu certo. Fiquei em casa mais uns 12 dias e surgiu o Flamengo.

Hernane Brocador

Creio que foi uma informação errada. Passaram ao Vasco que eu não era bom de grupo, não sei quem passou. Disseram que tinha problemas, por isso não deu sequência. Foi a mão de Deus porque tinha que ser no Flamengo.

Hernane, ídolo do Flamengo

O jogador ainda revelou que a decisão de se juntar ao Flamengo causou revolta em metade da família. Natural de Bom Jesus da Lapa, cidade do estado da Bahia. Apesar disso, a cidade torcia em peso pelo seu sucesso. Hernane chegou em 2012 ao Rubro-Negro em meio a uma crise financeira da equipe, que buscava nomes mais em conta para reforçar o seu elenco. Nomes como Vágner Love, na época, deixaram a equipe, por não ter condições de manter o salário. Com isso, o camisa 9 ganhou mais minutagem e se tornou ídolo no ano seguinte com a camisa do clube.

A minha cidade em peso torcia pela gente e parava para ver os jogos. Um dia, estava no Mogi jogando o Paulista e logo depois fui ao Flamengo. Via Léo Moura, Renato Abreu e logo estava lá com eles. Fiquei muito feliz e fui muito bem acolhido, o Léo foi o cara que mais me acolheu. Antes dos jogos, ele falava: ‘Vai ali que vou cruzar’. Os cruzamentos dele eram com a ‘mão’, só precisava me posicionar para fazer os gols.

Hernane Brocador

Foram seis meses difíceis porque peguei a gestão do Flamengo que atrasava salários. Tive que esperar porque só fiz três gols em 2012. Um deles contra o Figueirense foi muito importante porque livrou de vez do perigo de rebaixamento. Sabia que tinha que esperar porque tinha muita concorrência e havia chegado depois. Continuei trabalhando porque teria outra oportunidade. Na minha estreia o ‘Papai’ Joel me chamou: ‘Vai lá meu filho, sua oportunidade está dada’. Eram 15 minutos, mas fui feliz e fiz um gol. No ano seguinte eu estava muito mais confiante e sabia que poderia dar certo. Graças a Deus não chegou ninguém e outros jogadores saíram. Era a minha hora. Tinha o Carioca para renovar e fui artilheiro com 12 gols.

Ex-atacante do Flamengo