José Boto ressalta objetivo de revelar jovens talentos do Flamengo
José Boto, diretor técnico do Flamengo, concedeu uma entrevista à CNN neste domingo (9) para falar sobre o pouco mais de um mês que passou à frente do futebol rubro-negro. O gestor português discutiu várias metas a alcançar no clube, sendo uma delas algo que marcou sua trajetória no futebol até agora: trabalhar e descobrir talentos nas categorias de base.
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
O atual diretor do Flamengo foi responsável pelo departamento de scout de Benfica e Shaktar Donetsk, dois times famosos por investir em jovens e servir como porta de entrada para muitos brasileiros no futebol europeu. Foi a conexão do time ucraniano com jogadores brasileiros que aumentou ainda mais a aproximação de José Boto com o mercado brasileiro.
“Quando fui para o Shakhtar, havia uma geração de brasileiros que já estava acabando [por conta da idade e do rendimento]. A minha missão era a renovação do elenco e como o dono do clube tinha uma paixão enorme por jogadores brasileiros, essa paixão levou o Shakhtar a criar uma marca aqui no Brasil. Ou seja, para nós era fácil chegar aqui e recrutar jogadores de sub-20, da Seleção Brasileira. “Aqui no Brasil, eles iam porque o Shakhtar havia lançado muitos jogadores importantes, como o Fernandinho, Alex Teixeira, Willian, o Bernard…”, iniciou o dirigente no “CNN Esportes S/A“.
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
As ações de José Boto foram caracterizadas pela aquisição ou evolução de jogadores jovens, que frequentemente proporcionaram retorno técnico e financeiro ao clube do diretor. Uma qualidade que planeja preservar como diretor técnico do rubro-negro. Afinal, conforme já declarou ao ser questionado sobre a idade dos novos reforços do Flamengo, afirma que a adequação do jogador ao esquema de jogo sugerido pelo treinador não está relacionada à sua idade.
“Isso é uma das minhas características, de lançar sempre muitos jovens. Para mim, no futebol não há idade, há qualidade. O jogador pode ter 30 anos, 35 e ter muita qualidade, mas também pode ter 18 a 19 anos e ter muita qualidade. A minha experiência em clubes como o Benfica, como o Shakhtar, onde nós vínhamos buscar aqui na América do Sul muitos jogadores que eram desconhecidos e depois se tornaram grandes jogadores mundialmente”, contou.
Foto: Reprodução / FlaTV
“O próprio David Luiz, o Di María, foram os jogadores que quando chegaram ao Benfica eram desconhecidos. Eles tiveram essa ascensão na carreira porque tinham qualidade e chegaram a clubes onde o treinador não tinha medo de apostar (…). Isso é algo que tem sido característica nos clubes onde eu tenho passado. Penso que no Flamengo não vai ser diferente também”.
Certos jogadores brasileiros que se sobressaem na Europa nem sequer tiveram chances nos clubes que os revelaram. José Boto questiona precisamente o motivo pelos quais os clubes brasileiros costumam ignorar jovens que em poucos meses já estão em campo disputando a Champions League.
“Isso me leva sempre a uma pergunta: por que um jogador que está no Brasil, que os clubes conhecem, têm-no em casa, não apostam nele? Talvez pensem que por conta da idade não estão prontos para jogar, mas estão prontos para jogar a Champions League. Quando eu digo Champions League, o Shakhtar naquele tempo ganhou do Real Madrid, do Inter de Milão com esses mesmos jovens que meses antes não tinham minutos aqui na série A do Campeonato Brasileiro”, concluiu.