O time do Flamengo está de férias e Gabigol atualmente descansa em Trancoso, na Bahia. No entanto, a Promotoria de Justiça Desportiva Antidoping condenou o camisa 10 do Fla por tentativa de fraude em exame de controle antidoping.
Segundo informações publicadas originalmente pelo GE, o caso aconteceu no dia 8 de abril deste ano em Ninho do Urubu. Gabigol foi, portanto, acusado de dificultar a realização do exame desde a chegada dos responsáveis pela amostragem ao CT.
O jogador é acusado de dificultar a realização do teste desde a chegada dos policiais responsáveis pela coleta ao CT, às 8h40. Com exceção de Gabigol, os jogadores do Flamengo fizeram teste pré-treino às 10h.
De acordo com os relatórios em que se baseou a denúncia, o agressor prejudicou o trabalho da polícia de diversas maneiras. Além de mantê-los esperando, ele os desrespeitaria e não seguiria os procedimentos adequados. A análise específica do passaporte biológico determina que a atividade física deve ser seguida de duas horas de descanso, o que Gabigol não cumpriu (outros atletas colheram amostra antes do treino).
Segundo os responsáveis pela investigação, o jogador não os abordou antes do treino, ignorou-os após a atividade e foi almoçar, desrespeitou a equipe, não seguiu os procedimentos indicados, retirou o recipiente de recolha após 90 minutos sem avisar para qualquer pessoa, irritou-se ao ver que o policial o acompanhou até o banheiro para recolher a coleção e finalmente, contrariando as instruções que lhe haviam sido dadas, entregou o vaso aberto.
A denúncia afirma que Gabigol se irritava por estar sempre na lista de jogadores que faziam a prova. Após colher a amostra no dia 8 de abril, ele avisou que seria sua última verificação. A confusão surgiu às vésperas do jogo de volta da final do Campeonato Carioca, em que o Fluminense venceu o Flamengo por 4 a 1 e conquistou o título.
O processo, conhecido como doping surpresa, é realizado pela Agência Brasileira Antidopagem (ABCD) e geralmente ocorre sem aviso prévio em centros de treinamento. Gabigol recebeu a primeira notificação da tentativa de fraude no dia 30 de maio. Posteriormente, o vice-general e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, fez a primeira defesa do jogador.
Uma das mensagens da denúncia diz respeito à demora do invasor em fazer o exame e não seguir as instruções. O Flamengo afirma que o comissário antidoping é o responsável pela proteção do material da amostra.
A denúncia desta quinta-feira contra o agressor foi assinada por João Guilherme Guimarães Gonçalves, procurador do Tribunal Desportivo Antidopagem. O texto relata possíveis ofensas do jogador.
O atacante do Flamengo foi denunciado nos termos do artigo 122 do Código Brasileiro Antidoping, que se refere a “fraude ou tentativa de fraude em qualquer parte do processo de controle”. O código prevê um diferimento de até quatro anos em caso de condenação.
A denúncia pede que Gabigol seja intimado para prestar depoimento pessoal sob pena de confissão. Márcio Tannure (chefe do departamento médico do Flamengo), Leandro Martins (enfermeiro do clube) e o capitão Everton Ribeiro também serão chamados para prestar depoimento.
O ge entrou em contato com o Flamengo, que afirma não ter recebido notificação da reclamação (leia a nota completa abaixo). Procurados, os assessores de Gabigol não comentaram até a publicação desta reportagem. Isso atualizará o texto.
O que é a Justiça Desportiva Antidopagem?
Criado em dezembro de 2016 por exigência da Agência Mundial Antidoping (WADA), o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) é um órgão do Ministério do Esporte com sede em Brasília. Seu objetivo é julgar violações a regras antidopagem, aplicar penas e homologar decisões proferidas por organismos internacionais antidoping.
O tribunal tem membros indicados pela Comissão Nacional de Atletas (CNA), pelas confederações esportivas e pelo Governo Federal. Após a denúncia, os casos são julgados em uma das três câmaras do TJD-AD, tendo o pleno como segunda instância.
Leia a nota do Flamengo:
“O Flamengo ainda não foi intimado do oferecimento da denúncia esportiva feita pela Procuradoria e, tão logo seja intimado, atuará na defesa do atleta.
Não obstante, pode adiantar que não houve qualquer conduta intencional ou tentativa do ATLETA para afetar ou impossibilitar o controle de dopagem.
O Flamengo confia na justiça desportiva e entende que os fatos narrados não configuram uma falta típica, sendo não mais que um mal entendido.”
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