Dentro de campo, o Flamengo vive uma crise depois de perder cinco competições e não levar nenhum troféu para casa sob o comando do técnico Vitor Pereira. Na última quinta-feira (13), o Rubro-Negro foi derrotado pelo Maringá na estreia pela Copa do Brasil por 2 a 0 e sai em larga desvantagem para o jogo de volta, no estádio do Maracanã. Se dentro de campo está dessa maneira, fora de campo não é muito diferente. Isso porque nesta sexta-feira (14), ex-presidentes do clube como Eduardo Bandeira de Mello e Márcio Braga, além de nomes da oposição apresentaram uma carta contra a extensão do mandato de Rodolfo Landim para quatro anos.
Hoje, o Estatuto Social do Flamengo segue tratando o futebol como assunto de amadores. Nove décadas depois da encruzilhada pela qual nos guiou o gênio de José Bastos Padilha, estamos novamente diante do desafio entre crescer ou estagnar. Naquele momento histórico, a aposta na grandeza passou pela profissionalização do vestiário, da porta para dentro. Mas paramos no tempo, e, agora, a mesma solução se impõe do vestiário para fora e para cima, ao longo de toda a cadeia de gestão, da qual devem sumir os amadores.
Trecho da carta dos ex-presidentes
Quando deveríamos hoje contemplar o Flamengo do amanhã, testemunhamos uma manobra de prorrogação de mandato. Esse movimento vai na contramão da tradição democrática do Clube, que é uma das fontes de nossa grandeza. No vaivém secular entre situação, oposição e independentes, nenhum presidente de poder nunca deixou de ser alvo de crítica construtiva no Flamengo. Não será diferente em 2023, 2024 ou em qualquer outro momento adiante. Em vez de golpe, propomos uma verdadeira reforma institucional.
Carta dos ex-presidentes
O futuro do Flamengo depende de um novo foco na governança – a começar pelo futebol – e na blindagem do processo político-eleitoral contra o casuísmo e a concentração de poder. Para isso, precisa trazer à mesa profissionais engajados em equipar o Clube para o que vem adiante. Os signatários desta carta farão a sua parte, dando condições de trabalho a esses especialistas para redesenharem as disposições de nosso Estatuto no que se aplique a governança e futebol. Contamos com os presidentes e vice-presidentes de poderes para abrir a porta e analisar de forma detida a proposta de modernização que será submetida aos poderes constituídos do Clube. O futuro já está ali fora, e o Flamengo não pode esperar.
Trecho final da carta dos ex-presidentes
Landim assumiu o cargo de presidente do Flamengo em 2019 para um triênio. Em 2021, ele conseguiu a reeleição e seu segundo mandato se encerra no final de 2024. Nos bastidores, a tentativa do grupo favorável a Landim era estender por mais um ano, completando sete anos na gestão da equipe do Flamengo. Enquanto isso, o Flamengo tenta retomar a boa fase dentro de campo contra a equipe do Coritiba, no estádio do Maracanã, pela estreia do Campeonato Brasileiro.
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