Cria do Ninho relembra passagem com Jorge Jesus no Flamengo e como foi “enganado” por português

Jorge Jesus
Jorge Jesus. Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Jorge Jesus ficou cerca de um ano no comando do Flamengo e fez história no clube com o título da Libertadores após 38 anos, além do Campeonato Brasileiro com pontuação recorde. Um dos jogadores daquele elenco hoje defende a equipe do Espanyol, recém-rebaixado em La Liga. Vinícius Souza, cria do Ninho, relembra algumas passagens com o português. Segundo o volante, o treinador o “enganava”, garantindo que ele teria oportunidades na equipe, mas mudando de ideia logo em seguida.

Foi como um pai lá (no Flamengo) em relação a me ajudar. Se eu me adaptei na Europa em relação a campo e essas coisas foi porque a gente já fazia no Flamengo. Me adaptei na Europa (estando) no Flamengo. Foi um paizão para mim, só ficava bolado com ele. Ele falava: ‘Vou te botar pra jogar’, e não botava. Foi um cara diferente e super importante no meu início. Ficava com colete de titular e eu falava com minha família: ‘Hoje vai, mané’. Contra o Corinthians o Arão não iria jogar.

Vinícius Souza

Ele me chamou: ‘Piris (da Motta) não vai jogar, vai jogar você. Conversou pra caral… comigo’. Fiquei lá no camarote, mané. Só entrei (de titular) no Carioca e olhe lá porque era o Mauricinho. Era só promessa igual deputado. Eu ficava boladão com ele: ‘Esse cara gosta de mim nada’. Vinha proposta e ele: ‘O que estás a pensar? Vou te tornar o melhor volante do Brasil, e virava’. Era assim o relacionamento. O Flamengo vinha falar comigo e já recusava (ofertas). Eu falava: ‘O que é isso?’. Passei um ano inteiro assim, mas foi maneirão.

Ex-volante do Flamengo

Vinição, como é conhecido entre os torcedores, também relembrou a amizade que tinha com Willian Arão. Hoje no Fenerbahçe, o ex-jogador do Mengão tinha uma boa relação com os mais jovens, incluindo Vinícius Souza.

O Arão a gente não se batia, a gente da base ia (para o profissional) na cabeça que o Arão não gostava dos moleques da base. O Bill tentava dar um lençol, o Arão parava treino e queria brigar com o Bill. A gente falava ‘esse cara é folgado’. A gente era abusadão, vamos dar lençol mesmo. Não conseguia porque os caras paravam. Depois o Arão virou meu parceirão.

Vinícius Souza