OPINIÃO: Decepção na Supercopa

Gabigol
Gabigol. Foto: Flamengo/Twitter

No último sábado tivemos a Supercopa do Brasil e o torcedor flamenguista de fato não ficou satisfeito. Se olhar apenas o resultado e os melhores momentos dá até pra pensar que foi um bom jogo do time rubro-negro, que teve azar na partida, ainda mais com a polêmica em relação ao 4º gol palmeirense. Mas, mesmo sob tais circunstâncias, vemos que existem vários motivos de preocupação com o desempenho em campo, ainda mais com um Mundial de Clubes iminente.

O desempenho defensivo do Flamengo foi péssimo. Não só por conceder 4 gols em 90 minutos, mas sim pelos espaços que o ataque palmeirense tinha em campo. Com pouca ajuda defensiva dos homens de frente, as linhas de marcação ficaram “confusas”, de forma que Gabriel Menino conseguiu fazer seus dois gols praticamente desmarcado, sem pressão em cima do jogador. No primeiro lance, Thiago Maia chega atrasado no jogador palmeirense, enquanto no segundo a defesa flamenguista é inteiramente deslocada para à direita após Varela (invés de um meio-campista) sair para marcar Dudu, deixando o lado esquerdo da defesa do Flamengo completamente desprotegido com Menino e Marcos Rocha livres na área.

O goleiro Santos ter “tirado” a mão no último gol palmeirense ainda não foi aceito pela torcida (com razão), mesmo com a interferência de Mayke no lance. David Luiz estava claramente abaixo no dia de jogo, não foi uma boa partida do zagueiro rubro-negro. O lateral direito Varela deu mais um motivo para aqueles que pedem Matheuzinho titular, não mostrando em campo até agora o grande motivo do Flamengo tê-lo contratado. Talvez o único mínimo destaque no setor defensivo tenha sido Léo Pereira, que não se envolveu em nenhum dos gols sofridos e ganhou a maioria dos duelos travados.

Já no setor ofensivo, não tem como não elogiar Gabriel Barbosa, o Predestinado. Mesmo nessa nova função um pouco mais recuado, o Príncipe Rubro-negro não cansa de marcar gols em finais, levando esperança para a torcida a todo momento. Mesmo com o gol, Pedro mostrou o quanto custa para mantê-lo em campo. O contra-ataque desperdiçado pelo jogador quando o jogo estava 3×3, onde ele não tocou para Gabigol, que corria livre na direita, fez o torcedor se lembrar da dezena de gols semelhantes já feitos pelo time rubro-negro quando a dupla de ataque flamenguista tinha Bruno Henrique. Mas também é importante ressaltar: nenhum outro jogador do time conseguiria fazer o gol que Pedro fez com tanta facilidade, seu calcanhar é matador.

A derrota em si talvez não incomode tanto, afinal foi apenas uma “Supercopa do Brasil”, mas o desempenho defensivo e o fato de ter sido contra o Palmeiras fazem a cabeça pesar. Temos uma semana até a semifinal do Mundial, e um pouco mais até a grande final (caso o Flamengo se classifique), cabe então ao treinador Vítor Pereira corrigir os erros e acertar a marcação, promovendo novos jogadores ao time titular. Além do já
citado Matheuzinho, foi sentida a falta de Filipe Luís para ajustar a marcação rubro negra, fora o grande desempenho do zagueiro Fabrício Bruno nesse início de ano que ele mantém da temporada passada. O título era importante para agregar moral ao time, porém talvez mitigasse os problemas desse início de trabalho. O objetivo de momento e o foco continua o mesmo: o Mundial de Clubes.

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