Em sua coluna no site ‘O Globo’, o jornalista Diogo Dantas trouxe os bastidores da passagem do técnico Vitor Pereira no comando da equipe do Flamengo. Nos bastidores, Diogo traz que há desgaste entre jogadores e diretoria, além também de não haver respaldo suficiente ao português dentro do clube e ele também evita procurar atrito com os medalhões da equipe. Sobre a situação política, o setorista também indicou falta de comando em alguns setores e uma relação bem desgastada de uma estrutura profissional que há anos não muda dentro do Flamengo.
Contratado para o lugar de Dorival Júnior, muito querido pelos jogadores, o treinador português ainda não conseguiu mobilizar o grupo em prol de suas ideias, apesar dos conceitos técnicos e táticos de alto nível apresentados, e das fortes cobranças que faz ao grupo no dia a dia. A ideia é que depois das decisões no começo de temporada, que se encerram com a Recopa na terça-feira, Vítor Pereira passe a fazer mudanças mais drásticas. Em meio à pressão, mantém boa relação com os jogadores, evita contrariar os medalhões, para após avaliação inicial fazer os ajustes.
Diogo Dantas
A comissão técnica precisa lidar ainda com diversos jogadores que possuem vida longa no clube, têm salários elevadíssimos, alguns em fase de declínio da carreira e idade avançada. Hoje, não há peças de reposição para o técnico trabalhar alternativas, nem capacidade da diretoria de cobrar do grupo. Um dos exemplos foi ter cedido aos apelos dos jogadores por férias mais longas, que agora gera consequência na preparação, sobretudo na parte física. Do gerente de futebol Fabinho Soldado, passando pelo ex-jogador Juan, até o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel, a relação com o elenco é de respeito e profissional, mas a falta de comando é percebida por várias pessoas que circulam no vestiário não é de hoje.
Jornalista do jornal ‘O Globo’
Os dois caciques da política rubro-negra mantém guerra fria conhecida há anos. Hoje presidente do Conselho de Administração, Bap tem pretensões eleitorais no ano que vem. Braz mantém-se como escudo de Landim nas duas gestões, balança em momentos de crise, mas não é trocado, pois tem boa relação com o mercado. No meio do fogo cruzado entre Gávea e Ninho do Urubu, Vítor Pereira chegou com a consciência de que precisará implementar o trabalho por conta própria, tem respaldo de Landim para isso, mas certa dificuldade no trato pessoal e humano com seus comandados.
Diogo Dantas
Diogo Dantas também trás a situação dentro do elenco do Flamengo. Em comparação ao ano passado, muitos jogadores estão mais calados e se posicionando menos, como o caso de David Luiz, que sente falta de Rodinei, que era grande amigo do zagueiro. O lateral não renovou seu contrato e se transferiu ao Olympiacos, da Grécia. Outro que deixou o grupo foi João Gomes, rumo ao Wolverhampton, da Inglaterra. No momento, Gabigol vem sendo a grande liderança externamente, enquanto Everton Ribeiro perde espaço.
Entre chegadas e partidas do ano passado para cá, há relatos de jogadores mais calados, apenas cumpridores das obrigações, mas sem o mesmo entusiasmo. Desde a saída de Rodinei, David Luiz não exibe a mesma liderança e entusiasmo. O lateral era grande amigo do zagueiro. Outro jogador que faz muita falta no grupo é João Gomes. Gabigol assumiu a camisa 10 e o papel de capitão nos microfones, enquanto o capitão de fato, Éverton Ribeiro, perdeu espaço e é um dos que apresenta declínio físico, prestes a completar 34 anos. A renovação acontece dentro e fora do campo.
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